sábado, 1 de dezembro de 2007

E solta, naquela noite, foi perder-se nas ruas da vida, sem lembrança de passados ou esperança de futuro. A noite repetia-se ao ritmo de uma balada triste e desesperada. O corpo que já não lhe pertencia magoava-a, porém. E a alma, apesar de ausente, gritava-lhe de longe, como que a olhando de um canto do céu desolado e límpido. Os candeeiros escondiam as estrelas e ela olhava o céu ansiosa como procurando a derradeira saída. Interrompida pelos hálitos a álcool e mão trementes de ansiedades no seu peito desolado. Acordava do desespero e esquecia-se outra vez de tudo, tentando não perceber os sentidos, abandonar-se ao vazio, clamando pela justiça que o mundo nunca tem.